domingo, 3 de outubro de 2010

Choque

Eu sempre gostei da escrita como forma de expressão. Lá na primeira ideia desse meu espaço eu já a colocava em um pedestal, enaltecendo-a. Mas, sabia que brigamos outro dia? Eu disse a ela pra parar com mistérios e linhas ambíguas porque minha dor está forte e precisa decifrar o que leio daquele outro coração. Fui veemente, cheguei a gritar (porque a confusão faz isso com a gente). E acrescentei que ela era minha melhor amiga, já que a fala sempre me traía, mas que ultimamente estava me dando cada golpe no peito, entrando em cada contradição! Parei de falar, respirei aliviada, o rosto afogueado, o sangue pulsando quente (talvez se chame desespero), certa de que havia sido clara. Ela (a escrita), então, levantou serena, em  um quarto com mistura de cinema e New York, olhou pra mim, sábia, e disse como quem joga uma bomba: " Não há mistério nas palavras transparentes que lhe apresento. Não há abstração, rebuscamento, devaneios nem rodeios. Há apenas o teu coração querendo enxergar o que já não existe, fazendo teus olhos trocarem as frases."

3 comentários:

  1. Caio me fez perceber que a escrita machuca e afaga,
    depende de quem se ler.

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  2. A escrita é vômito inexplicável. Ambiguidades e entrelinhas são características das mais desejadas por ela.

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  3. "A escrita é vômito inexplicável. Ambiguidades e entrelinhas são características das mais desejadas por ela." Ela sabe o que fala.

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