quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Sol

Foi vendo o pôr-do-sol com você que eu fui notar o quanto aquilo ali descrevia o meu dia. Quer dizer, o sol chega mansinho, escondido, ainda, atrás de uns prédios e morros, meio tímido e preguiçoso, que nem eu tentando acordar pra rotina. Depois que ele levanta, não descansa um minuto sequer. Fica até forte demais, ríspido demais ultimamente, entende? Às vezes, exagera e atinge demais as pessoas. De outras, recebe elogios e se torna um grande personagem de um dia bonito. Ele trabalha e se esforça pra manter justamente o programado em sua agenda. Mesmo que reclamem, mantém a postura do que lhe foi delegado. Duvido que fique bem quando é ofuscado por uma nuvem qualquer; por uma chuva qualquer. Eu não fico.

Por fim, o sol se cansa também. E vai deitando devagarzinho sobre a cama de água salgada que o espera. No fim do dia, não há plateia que o faça ficar de pé por muito tempo. Ele se despede, penso eu, com a sensação de dever cumprido. De descanso merecido. É assim também, por exemplo, que eu luto pra me deitar após todos os cansativos e produtivos dias. 
Sei que não tenho brilho igual. Muito menos grandeza comparável. Mas tenho certeza - e essa é plena - de que hoje durmo feliz. Bem do jeito alegre e sorridente com que vi o sol se despedindo da cidade nessa quinta-feira azul.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Tenho saudade não exatamente das confusões. Aqueles desgastes não fazem falta. As brigas constantes e toda a desconfiança foram embora pra nunca mais voltar. Estou mais calma agora, confesso. Contudo, estar calma não é estar bem. Sinto falta de tudo de mais bonito que enxerguei em você, ainda que tenha parecido que só vi o lado negro de alguém cheio de cor. Eu sinto falta de te contar das minhas coisas. Saudade de falar das novidades e das conquistas que os dias trouxeram. Me faz falta te ouvir também e, principalmente, me faz falta aquela sensação gostosa que eu tinha quando o que eu falava ajudava a amenizar um pouquinho a sua angústia. Sim, te ver feliz era bom demais. Tenho saudade do sorriso sem graça que você dava pra quase tudo, entretanto, mais do que isso, tenho saudade do MEU sorriso sincero de quando eu estava com você. 
Me impressiona o pouco tempo que precisei estar contigo pra criar essa saudade. Mas, enquanto a mente fosforila nesta noite de domingo, me impressiono ainda mais comigo e penso: 
"Coisa boba ter saudade do que nunca tive de verdade!"