terça-feira, 5 de outubro de 2010

Anti-amor urbano

Quando buscam inspiração
Os que amam com vertigem
Inspiram poluição
Comem os pretos da fuligem

Quando buscam ter calor
Na agonia carnal
Derretem vivos no ardor
Do aquecimento global

E se acaso mergulham
Na mais linda declaração
Não é com caneta de pele
No papel-areia do chão

Escolhem o mais limpo cimento
E cospem tinta e borrão
Pintando a cidade-tormento
Com a não-voz do coração

Assim a vida que queria
Viver mais a cada ano
Morre um pouco a cada dia
Neste desamor urbano!

2 comentários:

  1. É duro!
    Bem inteligente e sensível sua poesia. Gostei do texto me doendo pela fuligem, pelo aquecimento e pela tinta.

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  2. Hi Luiza
    Great poem! Like all your writings. I read your blog regularly, but I have been too busy to make any comments recently. :-(
    Keep writing
    Eoin

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