quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Desejo

Eu podia esperar do ano que agora começa doses imensas de múltiplas coisas. Podia querer que transbordasse amor, que chovesse sucesso, que brotasse dinheiro e que viajasse o mundo inteiro. Como é típico da idade e desses inícios-de-ano-esperançosos-e-renovadores, eu poderia, muito bem, ter planos de abraçar o mundo. Todinho assim, num ano só. 
No entanto, falei com Deus que eu não iria encher muito dessa vez. Que prezaria pelo simples. Me contentaria com pouco e seria mais grata. Seria humilde e menos exigente. Pedi, então, que nesse ano eu pudesse, apenas, rir mais. Rir assim de gargalhar. Rir de modo que não apareça só o aparelho ou o dente roxo de vinho, mas gargalhar até a alegria se fazer tão presente que comecemos uma história de amor. Que eu possa olhar pra ela e não desejar nada mais. Que possamos ser melhores amigas e que ela me visite sem precisar ligar antes. E se ela (a alegria) viajar, que volte logo pra mim de novo. Eu quero rir quando tudo pesar também, pra ver se levanto mais rápido desses sustos que a vida dá.

Como parte do pacote 'alegria para consumo humano', veio você. Juro que não pedi pra ser tão bom assim. Deve ser pra dividir o que vier de bom. Deve ser pra ficar mais fácil multiplicar o sorriso. Pra toda essa felicidade começar fazendo sentido. Pro sorriso ter, assim, uma razão de ser.

"Não podia ser diferente" - eu penso.
"Quando você pede felicidade a Deus, Ele lhe dá, na verdade, a oportunidade de ser feliz".

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