terça-feira, 4 de outubro de 2011

Relicário



E se há algum vínculo, eu vou lutar por ele. Vou querer saber de você, da sua vida. E quando te vir passando, ainda vou sentir o frio na barriga. Não é porque o amor foi embora que nós, enquanto carinho e bem querer, temos que ir também. Aquela tênue ligação, frágil como a linha de um telefone sem fio, vai ser protegida por mim todas as vezes que eu sentir a sua voz indo pra longe. Me falta ar toda vez que penso na memória indo embora. Não deixe que vá.
Eu e você somos duas lembranças que o tempo não há de tocar. 

2 comentários:

  1. Acontece que nem sempre o vínculo é bom. Alguns laços são extremamente nocivos, nos deixam dependentes e completamente vulneráveis, assim como a relação entre o viciado e a droga. Mantemos o vínculo à espera do próximo momento de prazer,em busca daquela sensação de "tudo vai ficar bem". No entanto, trata-se de uma alegria efêmera que, quando se vai, faz questão de aumentar o abismo no qual nos encontramos.

    Nesses casos, é sensato optar pela coragem. Coragem de pegar a tesoura e romper de vez aquele laço que insiste em nos prender ao nada.

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  2. Mas isso é passageiro, essa ânsia de se manter um laço (quando o mesmo é nocivo)passa assim que um novo laço surge ou quando se percebe que o antigo já não é necessário ou atraente, que não vale a pena.
    Mas isso vai de cada um, não adianta ficar remoendo esses pensamentos porque isso só reforça a memória das coisas. É melhor deixar de comentar que quando se percebe, não existe mais laço algum, ou pelo menos nenhum significativo.

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