Ninguém chora, não há tristeza. Saímos na rua sonolentos do dia anterior e felizes pelo dia que se inicia. Passamos por príncipes, princesas, palhaços e bailarinas. Abelhas e joaninhas, confetes e serpentinas. Fadas, smurfs, mascarados e mascaradas. Palestinos abraçando israelenses e tem também a melindrosa, a cigana e o jogador. Entramos no clima vestidos como der na telha. Qualquer personagem que tire de nós o peso de sermos nós mesmos por um longo período de tempo. É no Carnaval, então, que vestimos a camisa da felicidade, e saímos nas ruas rindo do calor, do trânsito, dos pisões e empurrões, do banho de cerveja e até do dinheiro curto no fim do dia. É no Carnaval que brincamos com o motorista, com o policial e com o vendedor. E não há sorriso que se aguente sério nessa época do ano. Não se chora por ninguém quando se corre atrás do bloco, e quem sabe não se encontra um amor desses por aí.
E com a voz rouca, a cerveja gelada e os pés já doendo de andar, brindamos juntos e cantamos em uma só voz como a vida é bonita.
O Carnaval não é irresponsabilidade, corpo mole e nem mais um feriado no qual comemoramos o tempo livre do trabalho. Mas é sim uma forma de celebrarmos o sorriso.
E aí, assinamos todos, num consenso facilmente conseguido, nosso contrato com a felicidade, tendo a certeza de que vale a pena rir por nada.
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