E você tentava falar, e não saía nada. Falava, falava. E não falava nada. Se no outro dia você havia falado demais, agora o que imperava era o silêncio, alguma culpa e muita fuga. Me pego pensando, às vezes, que diabos eu estava achando que você poderia me dar. Nós, dois túmulos fechados sem o menor traquejo em expressão. Mas o problema não era bem esse. Se usássemos sinais, escrita, códigos, o que fosse, ainda assim não nos entenderíamos. Você havia falado um mundo naquele dia e, agora, não sabia o que fazer com o que havia criado. Só sabia fugir e se afastar da responsabilidade. Colocando no meio uns traumas passados pra dar aquela caprichada. Enquanto eu, quieta no meu canto, observava a cena sem acreditar. Talvez risse um pouco, dentro de mim. Ria da minha falta de experiência. Pois eu agia como menina ao confiar em você, achando bobamente que a regra de só confiar em si mesmo mudaria por acaso nessa vida de armadilhas.
Então tá. Amanhã logo passa e eu sigo de novo com meu pé atras.
Já você seguiria com o peso da imaturidade, do medo de mergulhar e com aquela cobrança excessiva da qual tinha me falado, que talvez acabasse se você prometesse um pouco menos.
Ou, então, seguiria sem peso nenhum. Nem sei mais o que se passa na sua cabeça. Vai ver não passa nada.
Abro mão de pesquisar.
Desconhecia essa regra de só confiar em si.
ResponderExcluirPossivelmente me previnirá de uns problemas daqui em diante.
"Amanhã logo passa e eu sigo de novo com meu pé atras."
Bacana o escrito.
Essa vida é mesmo muito engraçada, louca, desajeitada, porém, maravilhosa.
ResponderExcluirTem coisas que fogem da nossa percepção em um determinado momento. Situações oportunas que escapam por entre os dedos. O que fica é a certeza de que o mundo dá voltas, e essas, são capazes de nos colocar em eixo novamente nos fazendo perder o medo de mergulhar.