Nunca estás sozinho. Há dias em que precisas de outros braços como uma mesa precisa de seus apoios. Deixe então que a tua vida seja uma sala de visitas. Não me refiro a uma praça pública. Mas deixe o teu caminho ter halls de entrada, sirva um café ao inquilino e, quando bater o tédio e a vontade de dar mais uns passos, deixe aberta a porta dos fundos para que se encaminhem os indesejados. Não ande em corredores, pois eles são uma linha de estreitas paredes. Não vês a luz, nem os rostos alheios nesses caminhos sem bifurcações tentadoras. Queira as portas e as janelas. Pois eu repito: nunca estás sozinho. E quando bater o desespero, a sensação de insegurança, solidão repentina e a leve impressão de que só sobrou você na eterna brincadeira-de-nós-todos, eu quero que se lembre da borboletinha que vive apenas dois meses e, apesar disso, a sua viagem anual dos EUA até o México termina com sucesso. Sabe como?
Este vôo épico envolve nada menos do que 4 gerações de borboletas.
Nunca estás sozinho.
Adorei!
ResponderExcluirPense num orgulho!!! Gente é minha afilhada que escreve assim bonito. Acho que você devia repensar essa estória de Medicina. Surpresa agradabilíssima. Nunca deixe de escrever.
ResponderExcluirBeijo grande.