Não subestime o fim do ano.
Sei que é nele que o cansaço pesa. É no fim do ano que enchemos o saco de quase tudo e quase todos. É nele, também, que a linha de chegada parece se afastar a cada sofrido e pesado passo que damos. No fim do ano, muitas vezes, a questão não é mais evitar quedas, mas conseguir levantar e se apoiar nas pernas de novo. Encontrar uma reserva de forças como quem procura num mapa um tesouro escondido. Sei, também, que nos últimos dias do ano, o que importa não é muito o agora, mas a grande virada; o ano que vem; o novo que chega. E tem que chegar logo. Porque como meros mortais cansados, não aguentamos mais esperar.
Mas, ainda assim, não subestime o fim do ano. Se dê o luxo, ainda, de esperar por algo. Deixe uma brechinha assim que seja de coração aberto para esses últimos dias. Não custa nada dar carinho na alma e deixar que ela ainda se leve por coisas boas que possam surgir. Um cantinho só que seja.
Deus não precisa de muito pra introduzir surpresas na vida.
E quanto mais no fim;
Bem ali, aos 45 do segundo tempo;
Pertinho dos créditos do filme;
Dos aplausos da peça;
Do suspiro final;
Maior a surpresa que te invade.
Que nem a surpresa que me invadiu.
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