quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sobre felicidade.

Felicidade, pensava ela, era gostosa assim porque era uma das coisas mais intangíveis que existiam nessa vida. E só vinha em ondas. Assim, de repente. Sensação de anestesia. Coisa invadindo mesmo. Chutando a porta de você e entrando como rainha, já conhecedora da casa que havia deixado por uns tempos. Talvez estivesse de férias...mas nao importava. Dessa vez chegara forte. Ou talvez fosse ela que estivesse fraca? Também não importava. O que realmente devia ser levado em conta é que a felicidade havia chegado. Era meio rosa. Amarela. Laranja. Quase um sol se pondo. Não! Nascendo. Sim, porque agora as coisas nasciam na vida dela. Fazia questão de aniquilar as velhas. Pois não eram lembranças. Eram lixo. Lixo podre. E no lixo havia dias, momentos, acontecimentos pontuais e, principalmente, pessoas.
Já havia feito a cova do ano de 2010. Orgulhosa estava só do finalzinho dele. Mas o final era tão disfarçado de 2011 que podia vir pra ala das coisas novas. E realmente importantes. E que todo o resto se apagasse. Era assim que pensava. Era assim que se sentia. E tinha todo, mas todo o direito.
Felicidade...repetia ela. Respirando um ar novo.
Felicidade. Parecia um fantasminha. Ela não via. Mas sentia a felicidade brincar com sua boca, colocando sorriso bobo e fácil. Ouvia a risada de dentro dela mesma. E sentia as cócegas que a vida agora lhe fazia.

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