Venham e digam que errei. Digam que não nasci pra tal coisa. Digam também que esperavam mais, que apostaram mais, que queriam mais. Venham e critiquem, pois vou ouvir. E anotar. Façam uma lista: erro 1, erro 2, erro 227, que vou ler e estudar. Que vou ouvir e vou guardar. Vou receber, absorver. Vou aprender. Vou decorar.
Mas nunca, por favor, nunca digam que não tentei.
Pra quem se dedica de verdade, a frase vem como uma punhalada no peito. O corpo se fere e guarda aquilo. O corpo é forte e aguenta algumas. "Segura firme", peço a ele.
" Mas você não tenta melhorar" - mais uma faca.
Então tem um dia, meu amigo, em que as punhaladas sangrantes doem tanto, que você grita de dor. Antes ficava em silêncio. E um dia, um dia normal desses aí, grita, extravasa, abre o peito e mostra "olha aqui como eu tento. Olha aqui como me esforço".
A energia se concentra e sai toda numa vez só. E não tente ser mais forte que ela nessa hora.
Deixa ela sair. Um corpo que era cárcere agora deixou a alma falar.