Eu costumava questionar por que Deus, sendo tão grande e poderoso, não dava o ar da graça por aqui. Quer dizer, todos os dias eu ouvia falar que esperavam por Ele como quem espera um grande encontro. E eu não via nada acontecer há tempos. Não via uma luzinha sequer, um chamar de nome, nem nada do tipo. Foi aí que, de repente, achei que Deus estava mexendo as ondas do Arpoador hoje de tarde. Achei que estava mandando o vento que bagunçava o meu cabelo, mas não me fazia sentir frio. Achei, também, que Deus abençoava o Rio naquela hora, não porque abrisse os braços todos os dias lá de cima do morro, mas porque comecei a ver os sorrisos dos cariocas num dia nublado com samba de carnaval. Vi de perto a saúde e a força daquele lugar. Vi a vida acontecer tão plena e tão intensa que não tive dúvidas, ali, que alguém mandava um recado de bem longe (ou de bem perto). Que alguém, por trás de tudo, regia a felicidade de um domingo ao ar livre. Foi aí que lembrei de muitas outras vezes em que Ele mandou recado. Muitas delas remetiam aos meus encontros com você.
Acho que a felicidade com você é tão plena e tão sincera; é tão fácil e tão presente que, se não tiver a mão de Deus ali por trás, meu amigo, não vale a pena acreditar em mais nada nessa vida.