Não me leve a mal. Mas é que vivo assim, em fases. E às vezes, quando você tenta se aproximar, tenta ocupar essa parte do território que é sua, tem uma coisa em mim que me chama pra mim mesma. Entendeu? Eu me chamando pra estar comigo. Isso pode parecer delirante e, de fato, mentalmente preocupante. Mas não, amor. É assim...às vezes eu me sinto a melhor pessoa ao meu redor pra estar junto. Conversar, deixar o tempo passar. E assim passo longos minutos. Eu, e eu. E isso é quase um decreto de quem chama pelo meu nome, aqui dentro. Simplesmente, eu recuo. Prefiro silêncio. Paz. E nenhuma insistência até hoje conseguiu me trazer de volta dessas horas tão introspectivas, que sinto não saber lhe explicar por que existem. Só sei que o motivo não está em você, que tanto me impressiona e fascina a cada dia. Está em mim, oras. Mas veja bem, você continua tendo a chave de casa, a chave do meu sorriso, da minha fala e do meu carinho. Mas, estranhamente, nunca vai ter a chave de mim. Entende?
sexta-feira, 25 de março de 2011
quinta-feira, 17 de março de 2011
Um cansaço bem vindo
É cansaço sim, mas é daquele bom. Conhece? Quando você se esforça, sua, respira ofegante mas, ainda assim, se sente estranhamente feliz. É cansaço de satisfação. Posso até falar em realização. E não venha me dizer que a pouca idade ainda não me permite entender o que é ser realizada, sentir-se completa. Já disse a você que a vida é por etapas, e sim, é possível distinguir o gostinho de cada uma delas. No meio da correria que recomeça, sinto um ar novo. E degusto lentamente qualquer coisa que me faz sorrir junto com a fadiga. Algo parecido com alguém que degusta suado, cansado e com as pernas latejando após uma trilha de cinco horas, uma vista desejada. E um pôr-do-sol alucinante. Que se faz mais belo ainda pra quem subiu até lá pra ver. Só estando lá no alto pra entender. Só lá em cima é que o cansaço vira seu amigo, e você, ainda que destruído, pode abrir um sorriso só seu. Arduamente conseguido.
quarta-feira, 9 de março de 2011
Em nome da confusão
Em nome de todos os confusos deste mundo nada claro, eu peço que não se desesperem. Afinal, você que pensa ser íntegro mal sabe que as tuas partes estão em constante discussão. Há dias de paz na mesa redonda de mim, de você, de todos nós. Mas a confusão faz parte, e é para decifrar esse quebra-cabeça da gente que muitos de nós encontram força, coragem e, principalmente, ganham experiência (que diga-se de passagem, está aí para ser construída por você). Então, defendo os confusos. A confusão não é sinal de imaturidade, de burrice por não saber o que fazer, de falta de controle de si mesmo. Não. Esqueça. A confusão é simplesmente o terreno primordial pras tuas maiores conquistas, satisfações e realizações pessoais. Entende? Quando você pede coragem, ganha a oportunidade de ser corajoso. Quando pede determinação, ganha a oportunidade de ser determinado. Ao pedir pra que as coisas dêem certo, você também ganhará a estrutura pra que isso aconteça, ganhará as ferramentas. E quero que entenda a confusão como parte do kit. Estar confuso significa que a parte que pensa brigou com a que sente que discutiu com a que age que expulsou a que espera que gritou com a que só olha. Mas veja, não é o fim do mundo. É só o pontapé inicial pra um novo ciclo de clareza que logo vem por aí. É por causa dela que os pensamentos vêm a tona, que são convidados para uma nova reunião em sua homenagem, que pede socorro. A confusão pode não ser bem-vinda pros aflitos, mas é ela que abre a porta pra calma voltar pro seu devido lugar.
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